Réquiem para Um Assassino de Paulo Levy

Título: Réquiem para Um Assassino
Autor: Paulo Levy
Editora: Bússola
Nota: 
Preço: 34,90 (Saraiva)
Exemplar cedido pela editora para resenha.  

Resenha:

           "Réquiem para Um Assassino" é uma trama brasileira situada na cidade de Palmyra, que pelo autor é uma cidade do interior do Rio de Janeiro. Dornelas é um delegado que vive ao lado de seu cachorro Lupi e de segunda a sexta com os serviços de Neide, sua empregada. Divorciado por culpa do "trabalho", Dornelas é subtamente instigado a trabalhar para poder esquecer da solidão e das lembranças dos filhos.

          Entretanto, naquela manhã havia algo diferente na cidade. Como fazia todas as manhãs, ele andava até a sua delegacia para admirar o Centro Histórico da cidade e suas casas. Ao virar na esquina se deparou com uma multidão de pessoas ao redor de um corpo inchado, sem pulsação e sem alma. Agora só restava lhe saber, quem fez isso?

          Durante dias Dornelas investiga sobre a morte de José Aristodemo dos Anjos, Zé do Pó, o Demo e o Dindinho entre familiares, políticos e empresas associadas. Suspeitos como Maria das Graças, irmã do morto, Nildo Borges, vereador e dono da maior empresa pesqueira da cidade e Marina Riveira, secretária de Nildo Borges  davam sempre a Dornelas um pé atrás e ao mesmo tempo uma dica valiosa para a resolução do caso. Mas amor também havia no coração do nobre delagado. Dulce Neves trabalhava com perícia e fez o exame do corpo de delito determinando que José Aristodemos morreu de hipoglicemia e também fez do coração de Dornelas bem melhor. Amor, intrigas, mortes... O caso ficava emocionante e sério a cada segundo. Por um momento pensei que Nildo fosse o assassino, porém o caso só termina quando se pega o verdadeiro culpado e comprova as razões do assassinato.

          É inexplicável como o caso vai para um lado totalmente diferente do que você costuma pensar. Outros personagens vão aparecendo e uma linha de raciocínio lógico se ilumina no seu cérebro.

"Andando de pedra em pedra, como quem cruza um riacho, chegou ao final do primeiro quarteirão e em vez de virar à esquerda na Rua da Abolição, como fazia todos os dias, parou e notou um movimento incomum na esquina oposta, com a Rua Santa Tereza. Muita gente se dirigia para lá como um fluxo de água que escorre pelo ralo."

          Agora vou aos perfis psicológicos. "Dornelas" é o protagonista e como tal tem que viver um conflito tanto amoroso quanto do seu trabalho. Um detetive nato, que por lógicas, depoimentos, provas e investigações tirou de letra o mandante do crime. Seu recente rompimento com a esposa deu-lhe um fervor em resolver esse caso e tenho certeza que o relacionamento com Dulce o animou muito mais. Percebi que ele não se importava muito com as estatísticas e que enquanto está na sua sala comendo a deliciosa barra de chocolate há apenas entre ele e o caso uma corda que o deixa mais próximo do assassino. Dornelas é o tipico cara que qualquer pessoa diria: "Ai meu Deus, que talentoso e fiel ao seu trabalho.". Gostei bastante deste personagem não só pelo seu trabalho, mas pelo modo de pensar do mundo. "Dulce" é a perfeita mulher que adora se lançar em romances e em caras robustos e inteligentes. Não vou dizer o que acontece muito, mas tenho que observar que ela não é obsoleta, ou seja, aplica um estado de espirito jovem, porém sendo mais velha. "Nildo Borges" é o vereador que toda pessoa gostaria de investigar. Sofisticado, prudente e acima de tudo rico. Nildo tem personalidade e tenho de dizer que ele é do tipo correto, porém com um segredo bem pequeno, mas que pode mudar tudo. "Maria das Graças" é a famosa "cortesã" para não usar palavras inadequadas. Maria tem personalidade forte e creio eu que deva ser pela difícil vida que tem passado. "Marina Riveira" é a secretária mais bem cotada que já conheci na vida. Eficiente, esperava mais dela nesta história.

"O morto trouxe vida à delegacia. Tão logo o delegado cruzou a soleira da porta, a visão de pessoas circulando e o som dos telefones tocando o deixaram contente."

          O romance é eloquente, animador, investigativo até na madrugada e vai lhe causar uma certa tristeza. Como dever de um bom autor, Paulo Levy quer mostrar algo há no descobrimento de um mistério que poucos se interessam em saber, a emoção. Obrigado Levy por me dar mais um motivo de me manter de olhos abertos para o mundo.

"O recado estava dado. Era hora de esperar o desenrolar do plano que havia bolado."

A diagramação é simples com capa fosca e páginas amareladas. O que vocês acharam da resenha leriam o livro, ou não faz o estilo de vocês? Deixem a opinião de vocês.

"Em suma, com o caso praticamente resolvido, a polícia não podia afirmar de quem era o corpo que ele, Dornelas, havia retirado da baía; mas essa era uma questão que ele resolveria com Dulce Neves, no dia seguinte."